Em visita ao Brasil, o francês Didier Rappaport, presidente do app de namoro Happn, falou sobre os planos para se diferenciar de concorrentes como o Tinder DIDIER RAPPAPORT, PRESIDENTE E COFUNDADOR DO HAPPN: Brasil foi o mercado em que o aplicativo mais cresceu em 2018 (Happn/Divulgação)CRCarolina RiveiraPublicado em 6 de maio de 2019 às 06h00.Última atualização em 6 de maio de 2019 às 06h00. 4k1r2x
Você cruza com alguém na rua e, voilà, minutos depois, nome e fotos da pessoa aparecem na tela do seu celular. Parece ficção científica, mas é assim que funciona o aplicativo de namoro francês Happn, que está no Brasil desde 2015 e já tem 7,5 milhões de usuários por aqui. O Brasil é um dos três mercados mais importantes do Happn, assim como Estados Unidos e Índia, e foi o país onde o app mais cresceu em 2018, ganhando 2 milhões de novos usuários.
Em visita a São Paulo, o presidente e cofundador do Happn, Didier Rappaport, falou a EXAME sobre a estratégia do app para melhorar a desgastada imagem do namoro online e se diferenciar de rivais como o norte-americano Tinder (do grupo The Match Group, também dono de apps como o OkCupid, e que detém mais da metade do mercado nacional ). Rappaport diz que o Happn "não tem medo de falar de amor" e que quer trazer o real para o virtual. "Os vencedores de amanhã serão os que reconciliarem o mundo real com o mundo digital", diz. Entre novas funcionalidades a serem lançadas neste mês, haverá mais espaço para que os usuários se mostrem "para além da foto", antecipa Rappaport.
O presidente também aponta que, no Brasil, as mulheres têm mais atitude que em países da Europa, e dá dicas para os solteiros que queiram conhecer a alma gêmea. "Seja proativo. Se você não puxar conversa com as pessoas com as quais gostaria de conversar, o amor nunca vai acontecer", diz. Veja abaixo os principais trechos da conversa.
Como foi o processo de lançar o Happn, especialmente aqui no Brasil?
Lançamos o app em Paris, em 2014, e meses depois estávamos em Londres, Berlim e Nova York. E um ano depois já lançamos no mercado brasileiro, porque ouvimos que era um ótimo mercado para namoros. Então, viemos para cá, e estamos muito impressionados. Hoje temos mais de 7 milhões de usuários no Brasil. Pelo que sabemos, o Happn é muito conhecido e considerado no país.
Ao contrário de apps como o Tinder, em que é possível conhecer pessoas a quilômetros de distância, o Happn cruza pessoas que aram pelo mesmo lugar ao longo do dia. Por que a opção por esse modelo?
No começo, quando falávamos no conceito de namoro online, as pessoas diziam que era “muito virtual, muito enganoso". As pessoas se sentem como estando num supermercado onde você pode encontrar um monte de perfis, como se fossem produtos na prateleira. Então, imediatamente tivemos aquela sensação de que os vencedores de amanhã serão os que reconciliarem o mundo real com o mundo digital. Porque, no fim, só existe um mundo: o real. Então, optamos por essa combinação única de localização e tempo real.
E em que medida esse formato diferente do Happn pode ajudar a reconciliar o real e o virtual, como o senhor mencionou?
No fim do dia, quando você abre o Happn, as pessoas que você vê são pessoas que compartilham a vida com você, porque estão naquela hora próximas a você. Então, por que eu deveria ficar online para conhecer novas pessoas, quando cruzamos todos os dias com tantas pessoas? E a segunda razão é que realmente tentamos ser românticos. Nós todos sabemos que amor é imprevisível. Em grande parte do tempo, o amor vai acontecer quando você não está esperando. Você pode estar andando na rua e encontrar, na esquina, alguém pelo qual sinta atração ou algo assim. E isso é exatamente o que acontece no Happn, porque você de fato cruzou com todas essas pessoas que você vê na tela.
Por outro lado, há estudos que mostram que as novas gerações têm cada vez mais dificuldade para se relacionar. Que papel os aplicativos de namoro têm nesse cenário?
Quando conversamos com pessoas solteiras e perguntamos "por que você está solteiro">política de privacidade