O relator do caso, diretor Alexandre Rangel, destacou que não foi demonstrado como a escolaridade de Eike poderia ter desempenhado um papel relevante na tomada de decisão dos investidores Eike Batista: o diretor da CVM pontuou ainda que Eike não ocupava cargos de presidente ou diretor de Relações com Investidores (Wilson Dias/Agência Brasil)ECEstadão ConteúdoPublicado em 20 de abril de 2021 às 17h05.Última atualização em 20 de abril de 2021 às 17h06. 6k6fr
Acusado de prestar informações desencontradas sobre sua formação acadêmica às empresas X, o empresário Eike Batista foi absolvido por unanimidade pelo colegiado da Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ).
O relator do caso, diretor Alexandre Rangel, destacou que não foi demonstrado como a escolaridade de Eike poderia ter desempenhado um papel relevante na tomada de decisão dos investidores ou no exercício de direito de voto dos acionistas.
A qualificação apresentada pelo empresário, que atuou como diretor e conselheiro em várias das empresas citadas - MMX, OGX, CCX, Prumo (antiga LLX), OSX, Eneva (ex-MPX) e EBX -, ia de engenheiro metalúrgico a bacharel ou graduado em engenharia metalúrgica. Em alguns casos, constava que ele "cursou engenharia".
Segundo Rangel, a Instrução 480 da CVM não exige esse tipo de informação, menos importante se comparada, por exemplo, à experiência profissional do . Também foi levado em conta o fato de que o fundador do Grupo X declarava publicamente que apesar de ter frequentado o curso de graduação em engenharia metalúrgica na Universidade de Aachen, na Alemanha, nos anos de 1977 a 1979, não se formou.
"Não identifiquei nos autos um conjunto consistente, convergente e robusto de indícios robustos que tenham demonstrado que a informação equivocada tenha sido disponibilizada pelo acusado, induzindo as companhias a erro", disse Rangel em seu voto, no qual destacou a importância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
O diretor da CVM pontuou ainda que Eike não ocupava cargos de presidente ou diretor de Relações com Investidores, responsáveis por garantir que as informações prestadas pelas companhias ao mercado sejam fidedignas.
O advogado de Eike Batista, Julio Dubeux, defendeu que ele atraía investidores para suas companhias não por ser (ou não) engenheiro metalúrgico, mas pela credencial de empresário de sucesso. "Será que estaríamos aqui hoje para julgar informações imprecisas prestadas sobre a escolaridade de um , se o acusado não fosse Eike Batista">política de privacidade