Caracas reage ao apoio de Santiago Peña ao opositor Edmundo González Urrutia, denunciando intervenção estrangeira
Agência de notícias Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 17h58.
O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira, 6, o rompimento de relações com o Paraguai, após o apoio de Assunção ao opositor Edmundo González Urrutia , adversário do presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho, denunciadas como fraudulentas por Caracas.
Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano declarou: “A Venezuela decidiu, no pleno exercício de sua soberania, romper relações diplomáticas com a República do Paraguai e proceder à retirada imediata de seu pessoal diplomático acreditado nesse país”. A decisão foi uma reação a uma conversa telefônica na qual o presidente paraguaio, Santiago Peña, expressou apoio a González.
O governo venezuelano também “rejeita categoricamente as declarações do presidente do Paraguai, Santiago Peña, que, ignorando o direito internacional e o princípio de não intervenção, reincide em uma prática fracassada que relembra as fantasias políticas do extinto Grupo de Lima com sua ridícula aventura chamada [Juan] Guaidó”.
Desde 2019, Caracas já havia rompido relações com os Estados Unidos pelo apoio dado a Guaidó, que liderou um governo interino simbólico respaldado por cerca de 50 países. A política externa de Maduro também levou à retirada de diplomatas de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, aprofundando o isolamento internacional do governo.
O Paraguai, por sua vez, respondeu com firmeza. A presidência paraguaia informou que “exige que o embaixador Ricardo Capella e o pessoal diplomático acreditado no Paraguai abandonem o país nas próximas 48 horas” e reafirmou apoio ao “direito do povo venezuelano a viver em uma democracia”.
O rompimento ocorre às vésperas da posse de Maduro para seu terceiro mandato consecutivo (2025-2031). A reeleição, marcada por denúncias de fraude, provocou protestos que resultaram em 28 mortos, 200 feridos e mais de 2.400 presos, incluindo adolescentes acusados de terrorismo.
Apesar da repressão, cerca de 1.500 detidos já foram liberados. A oposição continua a contestar a vitória de Maduro, enquanto González permanece no exílio desde setembro.
2 /20Um homem cobre o rosto com gás lacrimogêneo durante um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas, na segunda-feira(Um homem cobre o rosto com gás lacrimogêneo durante um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Caracas, na segunda-feira)
3 /20Manifestantes montaram uma barricada durante um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Valência, no estado de Carabobo.(Manifestantes montaram uma barricada durante um protesto contra o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro em Valência, no estado de Carabobo.)
4 /20Um manifestante chuta uma faixa de campanha do presidente venezuelano Nicolás Maduro durante um protesto em Valência, no estado de Carabobo.(Um manifestante chuta uma faixa de campanha do presidente venezuelano Nicolás Maduro durante um protesto em Valência, no estado de Carabobo.)
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