Em entrevista a uma rede de TV americana, Pete Hegseth reclamou da influência da China sobre a região
Canal do Panamá: Trump quer ampliar poder dos Estados Unidos sobre uma das principais agens marítimas (Arnulfo Franco/AFP/Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 12 de abril de 2025 às 17h58.

O Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, criticou a crescente influência da China na América do Sul e Central. Em entrevista à Fox News, ele afirmou que os Estados Unidos agora miram o Canal do Panamá para retomar sua presença na região, que chamou de “quintal”.

“É estratégico. O governo (Barack) Obama tirou os olhos da bola e deixou a China tomar toda América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fazendo acordos com governos locais de infraestrutura ruim, vigilância e endividamento. O Presidente Trump disse ‘não mais’, vamos recuperar o nosso quintal”, disse Hegseth em entrevista à Fox News esta semana.

Nesta semana, Hegseth se reuniu com o presidente do Panamá, José Raúl Mulino. Os dois países concordaram em ampliar a cooperação na área de segurança e discutiram formas de compensar os custos cobrados de navios de guerra americanos pela travessia do canal.

Após o encontro, a Embaixada da China no Panamá reagiu com uma nota publicada no X (antigo Twitter), acusando os EUA de “chantagem” e reforçando que os acordos comerciais do Panamá são uma “decisão soberana”, fora da alçada americana.

Durante a visita ao país, Hegseth sugeriu que, “por convite”, os EUA poderiam reativar antigas bases militares ou estações aéreas navais no Panamá, com presença rotativa de tropas — um retorno ao território invadido pelos americanos há 35 anos.

Ele também disse que os EUA buscam isenção nas tarifas cobradas de seus navios de guerra para uso do canal — algo que Trump considera injusto e excessivo.

Desde que assumiu em janeiro, Trump tem declarado que a China exerce influência excessiva sobre o Canal do Panamá, que movimenta cerca de 40% do tráfego de contêineres dos EUA e 5% do comércio global. Seu governo promete “retomar” o controle da rota estratégica, financiada, construída e operada pelos EUA até 1999.

A Autoridade do Canal do Panamá (A), entidade independente responsável pela via, afirmou em comunicado que está buscando um “esquema neutro em custo” para compensar os serviços de segurança prestados a embarcações militares. Pelos tratados atuais, o canal é aberto a todas as nações e cobra tarifas com base no tamanho e carga dos navios, sem distinção de bandeira.

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