A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis fica responsável pelas normas e orientações para este momento
Sé Vacante deve durar no mínimo 15 dias e no máximo 20, em caso de necessidade (Laurie Chamberlain/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 21 de abril de 2025 às 09h48.
Última atualização em 21 de abril de 2025 às 10h26.
A morte do Papa Francisco deixa a Igreja Católica sem um líder oficial. Após sua partida, inicia-se o período conhecido como Sé Vacante, que termina quando um novo Pontífice é eleito pelo Colégio de Cardeais, o conclave.
Sé Vacante é uma expressão em latim que significa literalmente "sede vaga". Ela se refere ao período em que a Sé Apostólica de Roma está sem um Papa, seja por falecimento, renúncia ou invalidação do pontificado.
Durante esse intervalo, não há um líder supremo da Igreja Católica, e o governo da Igreja fica sob responsabilidade do Colégio dos Cardeais. O termo é amplamente utilizado no contexto religioso, mas também desperta interesse histórico e cultural.
A Sé Vacante deve durar no mínimo 15 dias e no máximo 20, em caso de necessidade. O prazo é estipulado para que os cardeais que vivem em diversas partes do mundo possam se deslocar a Roma para participar do conclave.
A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis fica responsável pelas normas e orientações para este momento. A função fica a cargo também do Camerlengo, que tem papéis essenciais dentro da Igreja, como a organização do funeral do Pontífice e a condução do conclave. Tradicionalmente, o Camerlengo assume a istração dos assuntos correntes do Vaticano em três situações: durante viagens ou internações papais ou após a morte de um Pontífice.
Paralelamente, os cardeais são convocados para as reuniões pré-conclave, que definem as datas e todos os detalhes do processo. Giovanni Battista Re, atual decano do Colegiado de Cardeais, preside as reuniões.
A saúde de Francisco era motivo de preocupação havia anos. Além de um episódio aos 21 anos, quando perdeu a parte superior do pulmão direito devido a uma grave pneumonia, o Papa acumulava problemas no quadril, nas costas e artrose nos joelhos, o que reduziu sua mobilidade ao longo dos anos.
Em julho de 2021, o Papa foi submetido a uma cirurgia que retirou 33 cm de seu intestino grosso em razão de uma diverticulite. Diante dos recorrentes problemas de saúde, Francisco revelou, em uma entrevista no final de 2022, que "havia assinado uma carta de renúncia há uma década", caso sua saúde precária o impedisse de desempenhar suas funções. Pouco tempo depois, em junho de 2023, ele foi submetido a uma nova cirurgia, que durou três horas e terminou "sem complicações".
À frente da Igreja, Bergoglio foi, desde o primeiro minuto, um pioneiro. Foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a adotar o nome de Francisco. Os mais de 90 cardeais que o elegeram, entre os 115 eleitores do conclave, confiaram ao argentino a tarefa de combater os escândalos sexuais e os crimes financeiros na Igreja, além de estancar a perda de fiéis no mundo inteiro, especialmente nas Américas.