Levantamento, que expirará na quinta-feira, havia sido concedido em outubro como parte do Acordo de Barbados; renovação estava condicionada ao andamento do processo eleitoral Petróleo na Venezuela: alívio das sanções assegurado pelo Acordo de Barbados permitiu que a Venezuela vendesse seu petróleo bruto livremente por um período de seis meses (Mekdet/Getty Images)Agência o GloboAgência de notíciasPublicado em 17 de abril de 2024 às 18h51.Última atualização em 17 de abril de 2024 às 19h02. 2a4m24
Os Estados Unidos retomaram nesta quarta-feira as sanções contra o petróleo e o gás da Venezuela, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, após candidatos da oposição venezuelana terem sido impedidos de concorrer à Presidência.
O levantamento havia sido concedido em outubro, por um prazo de seis meses, como parte do Acordo de Barbados, diálogo entre o governo Nicolás Maduro e opositores em que foi negociado o alívio às sanções americanas em troca da realização de eleições livres no país. A medida está prevista para expirar nesta quinta-feira, e sua eventual renovação estava condicionada ao andamento do processo eleitoral.
"Maduro e seus representantes não cumpriram totalmente o espírito ou a letra do acordo", disse uma autoridade americana ouvida pelo New York Times, apontando a "desqualificação de candidatos e partidos por questões técnicas e o que vemos como um padrão contínuo de assédio e repressão contra figuras da oposição e da sociedade civil".
A fonte garantiu que haverá um "período de redução de 45 dias para transações relacionadas às operações do setor de petróleo e gás" para que a expiração "não provoque incerteza no setor global de energia". O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) permitirá a liquidação de transações pendentes até 31 de maio. A partir de agora, empresas que queriam fazer negócios com Caracas deverão ser autorizadas por Washington, que poderá emitir "licenças específicas" após avaliação "caso a caso".
O governo venezuelano ainda não se manifestou sobre o caso. No entanto, em um discurso televisionado na segunda-feira, Maduro, prevendo que as sanções seriam restauradas, disse:
"Não somos uma colônia de gringo. A Venezuela vai continuar sua marcha econômica".
Antes do anúncio, o ministro venezuelano do Petróleo, Pedro Tellechea, havia assegurado nesta quarta-feira que sua indústria "não vai parar" diante da reativação das sanções por parte dos Estados Unidos, que, segundo ele, não serão afetados na prática pela medida.
Trata-se da Licença Geral 44, que autorizava transações relacionadas ao setor de petróleo e gás. Outra licença de operação concedida à Chevron americana, por meio da qual os Estados Unidos têm o ao petróleo bruto venezuelano, não está em risco.
"Em nenhum momento deixamos de produzir, comercializar ou explorar nossas reservas", disse Tellechea em uma reunião com jornalistas em Caracas. "Não vamos parar com uma licença ou sem uma licença".
O ministro também questionou sobre quais mercados serão, de fato, afetados com as novas sanções ao petróleo venezuelano, indicando que nada mudaria para Washington.
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