Repórter
Publicado em 19 de janeiro de 2025 às 08h01.
A cerimônia de posse de Donald Trump, que acontece nesta segunda-feira, 20, reunirá alguns dos mais influentes bilionários e CEOs – em especial do setor de tecnologia.
Entre os convidados estão Elon Musk, homem mais rico do mundo e um dos bilionários mais próximos de Trump, Jeff Bezos, da Amazon, Tim Cook, da Apple, e Mark Zuckerberg, da Meta.
Musk, que tem uma fortuna estimada em US$ 439 bilhões de dólares, doou US$ 75 milhões para um grupo político pró-Trump chamado America PAC ao longo de três meses e tem um cargo garantido como líder do novo Departamento de Eficiência Governamental do segundo mandato do republicano.
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, também estará presente na posse.
O apoio financeiro e a presença de tantos nomes de peso na posse reforçam a expectativa de que o governo Trump adotará uma abordagem favorável às corporações, especialmente no setor de tecnologia.
A aliança estratégica pode resultar em políticas que promovam a inovação e desburocratizem o cenário regulatório.
Um dos CEOs mais comentado nos últimos anos, no entanto, não estará presente na posse de Trump.
Jensen Huang, CEO da Nvidia, justificou sua ausência por dois motivos: uma viagem programada ao Leste Asiático, coincidente com o Ano Novo Lunar, e sua tradição pessoal de nunca ter participado de cerimônias de posse presidencial nos Estados Unidos.
Apesar disso, Huang enfatizou sua disposição em colaborar com a nova istração. Ele afirmou anteriormente que estaria "muito feliz em parabenizá-lo e contribuir para o sucesso do governo".
Tim Cook: CEO da Apple doou US$ 1 milhão para fundo inaugural de Trump (Leandro Fonseca/Exame)
A ligação entre o mundo corporativo e o governo se reflete nas doações robustas que marcaram o fundo inaugural de Trump.
O fundo arrecadou um recorde de US$ 170 milhões, quase três vezes o valor arrecadado para a posse de Joe Biden em 2021, com contribuições de US$ 1 milhão feitas por figuras como Zuckerberg, Bezos, Sam Altman (OpenAI), Cook e Sundar Pichai (Google), e os US$ 75 milhões de Musk.
As doações evidenciam o esforço das empresas em estreitar laços com o governo, visando maior influência em políticas públicas que possam impactar diretamente seus mercados.
Além dos nomes tecnológicos, figuras influentes de outros setores também deram e substancial. Harold Hamm, magnata do petróleo, investiu mais de US$ 4 milhões em grupos pró-Trump. Ken Griffin, CEO da Citadel, e Steve Schwarzman, do Blackstone Group, doaram US$ 1 milhão cada, consolidando o apoio de Wall Street ao presidente.
Ken Griffin: CEO da Citadel doou US$ 1 milhão para fundo inaugural de Trump (Citadel LLC/Divulgação)
O capitalista de risco Vivek Ramaswamy, com um patrimônio estimado em US$ 1,9 bilhão, e o magnata dos cassinos Steve Wynn completam a lista de figuras proeminentes que ajudaram a moldar o financiamento e a estratégia do novo governo.
A eleição de Trump trouxe uma onda de mudanças nas políticas corporativas de grandes empresas de tecnologia e varejo. Em resposta à nova istração, iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) e programas de responsabilidade social foram revistas ou descontinuadas em várias organizações.
O Walmart, maior varejista do mundo, tomou medidas drásticas para ajustar suas políticas às expectativas da istração Trump. Entre as mudanças estão:
A Meta, controladora do Facebook, também realizou mudanças profundas.
A empresa encerrará seus programas de DEI e substituiu o programa de checagem de fatos nos Estados Unidos por um sistema de "Notas da Comunidade", similar ao utilizado pelo X (antigo Twitter). Além disso, o republicano Joel Kaplan foi nomeado diretor de assuntos globais, marcando uma reestruturação política interna.
Em contraste, a Apple optou por defender suas iniciativas de diversidade. Cook, por sua vez, solicitou aos acionistas que votem contra o encerramento dos programas de DEI durante a próxima assembleia, prevista para 25 de fevereiro. O CEO da gigante de tecnologia também teria se comunicado diretamente com Trump para discutir tarifas aplicadas pela União Europeia (UE) que afetam a empresa.