O presidente Nicolás Maduro, ao lado de Elvis Amoroso, presidente do CNE, durante cerimônia de certificação nesta segunda, 29 (Federico Parra/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 29 de julho de 2024 às 14h36.
Última atualização em 29 de julho de 2024 às 15h31.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou o presidente Nicolás Maduro vencedor das eleições presidenciais, com direito a mais seis anos de mandato, em meio a contestações da oposição e de governos estrangeiros.
A confirmação da vitória foi feita no começo da tarde de segunda-feira, 29, por Elvis Amoroso, presidente do CNE, sem apresentar as atas de votação por sessão. Foram relevados, no entanto, apenas dados gerais: 51% de votos para Maduro e 44% para Edmundo Gonzalez, principal candidato da oposição.
"Uma vez mais ficou demonstrado que a soberania está no povo. Em 28 de julho, se expressou a vontade absoluta de eleger Nicolás Maduro Moros como presidente para o período 2025-2031", disse Amoroso, durante a declaração do resultado.
Também nesta segunda, houve protestos no país contra o resultado. Manifestantes bloquearam algumas estradas e avenidas em Caracas, com queima de pneus, segundo vídeos publicados por meios como TalCual e ReporteYa.
Autopista Caracas-La Guaira. 12:50 pm del #29Jul. pic.twitter.com/QikLwPu6T4
— TalCual (@DiarioTalCual) July 29, 2024
O resultado foi questionado porque a oposição diz não ter conseguido o aos dados detalhados da apuração, como as atas de votação geradas em cada seção eleitoral.
Líderes de oposição, como Maria Corina Machado, disseram que obtiveram cerca de 40% das atas e que, nelas, Edmundo González vence com 70% dos votos.
Nas horas seguintes à divulgação do resultado preliminar, que apontava vitória de Maduro, vários países e entidades questionaram o resultado e pediram transparência, incluindo Brasil, Estados Unidos, União Europeia, Argentina e Chile.
Em nota na manhã desta segunda, 29, o Itamaraty disse que acompanha o processo com atenção e que aguarda a divulgação dos resultados detalhados da votação.
Com isso, o Brasil faz pressão sobre Maduro, por não reconhecer rapidamente o resultado divulgado por seu governo e cobrar publicamente os dados detalhados da votação, algo que o governo venezuelano não disse se irá fazer.