Nos últimos anos, o cliente vem se mostrando mais receptivo à inteligência artificial já tão presente em sua jornada de compra (PhonlamaiPhoto/Thinkstock)Marcelo ReisCEOPublicado em 25 de janeiro de 2025 às 08h15. 2e3l5n
Inteligência. Se humana ou não, cada vez menos importa. Algo que 2024 provou, já no fluxo que vem acontecendo em ritmo acelerado desde 2022, é que a inteligência artificial chegou para ficar: no mercado, nos negócios e, é claro, também para o consumidor.
Nos últimos anos, o cliente vem se mostrando mais receptivo à inteligência artificial já tão presente em sua jornada de compra. Processos rápidos e facilitados, recomendações de produtos baseados em interesses e hábitos de consumo, atendimento ágil e e disponível a qualquer tempo são algumas das demandas facilitadas pelas novas tecnologias.
Estabelecimentos e eventos têm se valido de tecnologias como a adoção de filas virtuais mesmo em atividades presenciais, evitando que as pessoas precisem aguardar em uma “fila literal”, presencialmente, pela própria vez. O “compre e retire” já é preferência de muitos pela praticidade e, frequentemente, também pela oferta de descontos mais atrativos.
Adicionalmente, e cada vez mais, a IA tem suprido também a necessidade por personalização. Seja pelo algoritmo que direciona o conteúdo em suas redes sociais, ou que sugere filmes e séries no serviço de streaming, seja em um roteiro de viagem criado e disponibilizado em segundos, seja pela oferta de itens promocionais, por tempo limitado, de acordo com seus hábitos de compra.
Neste contexto, muitos consumidores sequer se dão conta do papel das ferramentas de Inteligência Artificial em sua tomada de decisão, e do quão influenciados são por elas. E esse é mais um dos marcos do ano que se encerra: a consolidação da IA como item inerente à jornada de compra, sobretudo online, de um cliente. Seu caráter já cotidiano, raramente racionalizado e comumente obedecido.
O ano que se inicia promete evoluir ainda mais em IA aplicada à jornada de compra. Para tal, o destaque é a chamada análise preditiva, que antecipa as necessidades do público consumidor e as direciona ao desenvolvimento de novos produtos.
Por um lado, atua-se no presente com recomendações de compra. Por outro, pensa-se adiante, já preparando-se para atender as necessidades futuras desse mesmo público, e de novos.
As tecnologias de realidade aumentada, em evolução acelerada, unirão o real e o virtual, o online e offline a partir de experiências imersivas, muitas vezes presenciais, que transportam o consumidor a um universo digital cada vez mais semelhante ao real. Se usada estrategicamente, para promoção de um determinado produto, por exemplo, essa tecnologia tem impacto direto sobre a decisão de compra da persona pretendida.
E de forma indireta ela também atua sobre a satisfação do consumidor: ao otimizar e automatizar processos, tanto os logísticos como os de atendimento, a IA acelera o tempo decorrido entre a compra e o recebimento de um determinado item e atua na resolução de problemas potenciais, melhorando a satisfação do cliente.
Atualmente, o maior desafio no que se refere à IA reside em questões éticas e em regulamentação. As mudanças acontecem rapidamente e freneticamente e a legislação é burocrática, incapaz de acompanhar tal ritmo.
A tendência, inclusive, é que essas ferramentas evoluam para adquirir poder decisório. Em outras palavras, se hoje a maioria das ferramentas nos fazem recomendações, o objetivo de empresas como Meta, OpenAI e Anthropic é torná-las capazes (e seguras) de tomar decisões por nós.
A princípio, essas tecnologias atuarão sobre tarefas de baixo risco, como automatização de dispositivos individuais, busca e execução de compras de itens que sejam de interesse do usuário e customização de níveis diversos.
O novo debate a rondar a IA, assim sendo, será sobre a necessidade (ou não) de pré-aprovação. Até onde deve ir a autonomia da Inteligência Artificial e como garantir o controle humano sobre sistemas cada vez mais inteligentes e complexos?
Junto com as novas tecnologias, naturalmente, virão novas perguntas. Novos debates. É a certeza da incerteza. Mas uma coisa é fato: o presente é, e o futuro ainda mais, fascinante.
2 /7BARCELONA CATALONIA, SPAIN - FEBRUARY 26: A cell phone lying on the floor on the first day of the Mobile World Congress (MWC), at the Gran Via venue of Fira de Barcelona in L'Hospitalet de Llobregat, on 26 February, 2024 in Barcelona, Catalonia, Spain. The President of the Government and the King received the President of Paraguay, who is in Spain on a working visit. The president of the Generalitat has entered the enclosure before the arrival of the King without waiting to receive him. The MWC is the most important mobile technology event in the world and will be held from today until Thursday, February 29, and is expected to bring together some 95,000 attendees, 2,400 exhibitors and 1,100 speakers. (Photo By Lorena Sopena/Europa Press via Getty Images)(O Mobile World Congress em Barcelona é o maior evento de tecnologia móvel do mundo, com mais de 100.000 participantes e 2.400 expositores)
3 /7A visitor looks at a map during Computex 2024 in Taipei on June 4, 2024. (Photo by I-Hwa CHENG / AFP) (Photo by I-HWA CHENG/AFP via Getty Images)(Realizada em Taipei, Taiwan, a Computex é uma das maiores feiras de hardware de informática do mundo, com mais de 1.600 expositores e 40.000 visitantes internacionais, destacando inovações em hardware de PC e IoT.)
4 /7The Ameca humanoid robot greets visitors during the GITEX Global technology show at the Dubai World Trade Centre (DWTC) in the Gulf emirate, on October 12, 2022. (Photo by Karim SAHIB / AFP) (Photo by KARIM SAHIB/AFP via Getty Images)(A GITEX Technology Week em Dubai atrai cerca de 100.000 visitantes de 140 países e mais de 4.500 expositores, apresentando tecnologias de ponta em blockchain, IA e soluções de smart cities.)
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