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Estrelas sozinhas já não conquistam mais galáxias: a lição definitiva do PSG de Luis Enrique

O futebol, como a vida, é frequentemente seduzido pela promessa do brilho individual. Mas o PSG, no sábado, provou o contrário

SG 2025: time campeão da Champions League com gestão coletiva e talentos integrados (EFE)

SG 2025: time campeão da Champions League com gestão coletiva e talentos integrados (EFE)

Marc Tawil
Marc Tawil

Estrategista de Comunicação

Publicado em 2 de junho de 2025 às 11h02.

Última atualização em 2 de junho de 2025 às 11h58.

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Imagine poder dizer aos seus filhos e netos, até o fim dos seus dias, que você fez aquilo que Messi, Neymar e Mbappé nunca conseguiram, juntos ou separados?

O futebol, como a vida, é frequentemente seduzido pela promessa do brilho individual. É fácil se encantar com o talento singular de um jogador excepcional, de alguém que pode mudar o rumo de uma partida em segundos.

Mas a histórica goleada de 5 a 0 do Paris Saint-Germain sobre a Internazionale de Milão na final da UEFA Champions League, disputada sábado em Munique, na Alemanha, confirmou que existe uma diferença profunda entre ser uma estrela solitária e ser parte essencial de uma constelação em 2025.

Durante anos, o PSG funcionou quase como um museu de estrelas individuais: Neymar, Messi e Mbappé... Cada um deles, sem dúvida, capaz de momentos mágicos, brilhando intensamente com luz própria.

Só que essa mesma luz que encanta também ofusca os demais. No futebol, como no marketing, equipes que dependem exclusivamente dessas estrelas isoladas estão sempre à beira da fragilidade: um dia, o brilho de um só não será suficiente.

Veja Neymar atualmente no Santos. Ontem, expulso por um cartão bobo diante do Botafogo, e infinitamente distante da melhor versão de si mesmo, preso à sombra do brilho que já teve. Esse é o peso das estrelas isoladas: quando a inspiração falha, tudo parece desmoronar.

Em Munique, assim como em todo o campeonato, o técnico espanhol Luis Enrique trouxe uma filosofia diferente: em vez de acumular estrelas isoladas, decidiu formar uma constelação. A trajetória de vida dele, tocante e inspiradora (Luis perdeu a filha Xana, de apenas 9 anos, vítima de câncer), certamente moldou também sua visão sobre liderança e colaboração.

Luis Enrique entendeu que o sucesso duradouro não está apenas no talento individual. Está na capacidade de unir diferentes perfis, talentos e gerações em torno de um objetivo comum. No PSG, ele delegou responsabilidades claras, cobrou resultados com equilíbrio emocional e justiça e, sobretudo, promoveu uma comunicação transparente, horizontal e eficaz.

Mbappé, Neymar e Messi (Cazé TV)

Essência da gestão moderna

Luis Enrique é a essência do verdadeiro trabalho em equipe no futebol atual — assim como no ambiente corporativo, que exige líderes capazes de gerar confiança, oferecer autonomia responsável e valorizar a diversidade geracional.

A gestão eficaz, que emergiu sábado em Munique, requer clareza na definição dos papéis, comunicação constante e a habilidade de inspirar cada membro da equipe a dar o melhor de si, sem medo de errar.

Ao estabelecer metas claras, acompanhar de perto a execução e saber ajustar o rumo rapidamente diante das circunstâncias, o técnico espanhol ratificou que o sucesso vem da soma das partes trabalhando em harmonia.

Nessa constelação do PSG, ninguém precisou carregar sozinho o peso da vitória. Doué, com apenas 19 anos, brilhou intensamente porque estava integrado, em perfeita sinergia com colegas como Hakimi, Kvaratskhelia e Mayulu. A vitória foi o resultado coletivo de talentos complementares e alinhados.

Vitória coletiva, legado eterno

No universo, constelações resistem ao tempo porque representam cooperação e continuidade. No futebol, na vida e no mercado corporativo, a mensagem é idêntica: equipes que escolhem colaboração em vez de competição interna criam legados mais sólidos e duradouros.

A tão cobiçada “Orelhuda” finalmente chegou a Paris, não pela genialidade isolada, mas pelo abraço coletivo de uma geração que compreendeu a essência da verdadeira grandeza: brilhar junto, em harmonia, e não buscar ofuscar o outro.

O legado desse momento histórico ultraa o gramado. Os jovens campeões poderão, daqui a décadas, olhar nos olhos de seus filhos e netos e dizer com orgulho incontido: “Eu consegui aquilo que nem o Messi conseguiu”. Não porque eram maiores ou melhores individualmente, e sim porque compreenderam que a verdadeira vitória nasce da capacidade de compartilhar um céu inteiro, em vez monopolizar a luz.

Estrelas solitárias podem até iluminar um instante, mas só as constelações têm força suficiente para atravessar o tempo.

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