Redatora
Publicado em 22 de maio de 2025 às 06h07.
Os mercados internacionais operam em queda nesta quinta-feira, 22, em meio à crescente preocupação dos investidores com os impactos fiscais de um novo pacote orçamentário nos Estados Unidos, que pode elevar significativamente o déficit do país.
Na Ásia, as bolsas encerraram o dia no vermelho. O Nikkei 225, do Japão, caiu 0,84%, enquanto o Topix recuou 0,58%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 1,22%, e o Kosdaq, voltado para empresas de menor capitalização, caiu 0,82%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 fechou com queda de 0,45%.
Na China, o índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,19%, e o CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,06%.
Na Europa, os mercados abriram em queda, acompanhando o mau humor global. Por volta das 5h50 (horário de Brasília), o índice europeu Stoxx 600 recuava 0,82%, com praticamente todos os setores no vermelho. Em Londres, o FTSE 100 caía 0,68%. O CAC 40, de Paris, perdia 0,80%, e o DAX, de Frankfurt, recuava 0,62%.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operavam com leves altas após o forte tombo da véspera. Os contratos futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiam 0,14% e 0,18%, respectivamente, enquanto os futuros do Dow Jones operavam estáveis.
Na quarta-feira, o Dow Jones afundou mais de 800 pontos, e o S&P 500 caiu 1,6%, pressionados pela disparada dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano. O rendimento do papel de 30 anos atingiu 5,09%, o maior patamar desde outubro de 2023.
A tensão se intensificou com as negociações turbulentas em Washington. O novo projeto orçamentário, apoiado pelo presidente Donald Trump e pelo presidente da Câmara, Mike Johnson, enfrenta resistência entre republicanos de estados com alta carga tributária, que exigem maior dedução no imposto estadual e local — conhecida como "SALT".
A oposição interna ameaça travar a aprovação do pacote antes do feriado do Memorial Day, em 26 de maio. O temor é que a proposta aumente a dívida em trilhões de dólares e reacenda pressões inflacionárias, especialmente após os anúncios de tarifas promovidos por Trump.