Guerra tarifária global: taxações têm feito o dólar e outras moedas registrarem oscilações intensas. (Ouribank/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 8 de maio de 2025 às 14h41.
Última atualização em 12 de maio de 2025 às 14h40.
As últimas semanas não têm sido simples para quem acompanha o mercado financeiro. A tensão no mercado cambial aumentou com a escalada da imposição de tarifas a diferentes países pelo presidente Donald Trump. A chamada ‘guerra tarifária global’ tem feito o dólar e outras moedas registrarem oscilações intensas. Neste contexto, a expectativa de volatilidade para o mês de maio subiu ao maior nível em dois anos.
“Atualmente, o cenário global é de uma volatilidade intensa. Uma simples mensagem nas redes sociais pode causar uma grande turbulência e trilhões de dólares serem perdidos. Além de toda a oscilação da bolsa de valores americana, no caso do Brasil, temos desafios fiscais, reformas e outras coisas que ainda impactam a estabilidade da moeda”, explica Izzy Politi, diretor comercial do Ouribank.
Essas oscilações frequentes impactam diretamente empresas e investidores que realizam transações internacionais. Isso porque não saber a cotação da moeda na data do pagamento pode comprometer as margens dos negócios que lidam com exportação e importação.
A saída, destaca Politi, é procurar por instrumentos de proteção cambial — hedge cambial — que têm como objetivo preservar essas empresas dos riscos oferecidos pelas oscilações do mercado financeiro. Além de oferecer segurança, o hedge também proporciona uma maior previsibilidade nos custos e receitas em moeda estrangeira, o que facilita o planejamento financeiro e estratégico das empresas.
“Trabalhamos com a conscientização dos nossos clientes sobre a necessidade dessa proteção, especialmente para que eles não sofram com a oscilação cambial ou, pelo menos, consigam se proteger o máximo possível quanto a isso”, diz o executivo.
Izzy Politi, diretor comercial do Ouribank: procurar por instrumentos de proteção cambial tem como objetivo preservar empresas dos riscos oferecidos pelas oscilações do mercado financeiro
Segundo Politi, para momentos de grande oscilação cambial, as empresas podem optar por algumas ferramentas de proteção, incluindo:
- Trava Cambial: semelhante à operação de câmbio padrão, porém, a liquidação da trava é feita "efetivando a operação de câmbios" no preço travado. A empresa não tem um ajuste para pagar/receber, mas sim a obrigação de fechar o câmbio naquele preço acordado.
Em um exemplo prático: se uma empresa brasileira de importação fecha, hoje, uma compra de insumos nos Estados Unidos, com pagamento programado para daqui a 60 dias, para evitar surpresas com a variação do dólar, ela faz uma trava cambial a R$ 5,60.
Assim, independentemente de o dólar subir para R$ 5,80 ou cair para R$ 5,40 no dia do pagamento, a empresa liquidará a operação de câmbio exatamente a R$ 5,00, sem ajustes adicionais.
- Non-Deliverable Forward: com o NDF, ou Termo de Moedas, a empresa está "garantindo uma taxa de câmbio" para um determinado período. Na data de liquidação, a empresa paga ou recebe um ajuste referente à diferença entre a taxa garantida e a taxa de câmbio spot. Isso garante à companhia lidar com uma precificação para o período.
Neste caso, se uma exportadora brasileira com recebíveis em dólares para daqui a três meses quer se proteger de uma possível queda do dólar — que reduziria a sua receita em reais — ela pode fechar um NDF garantindo a taxa de R$ 5,60, por exemplo. Caso, na data da liquidação, o dólar esteja a R$ 5,40, como a taxa spot ficou abaixo da contratada, a empresa recebe da contraparte a diferença entre essas taxas, compensando a perda cambial e mantendo a previsibilidade da receita.
Se o dólar tivesse subido, ela pagaria essa diferença, mas já teria ganho com a cotação de mercado na exportação.
Segundo Politi, as soluções são válidas para "todas as empresas que de alguma forma têm uma exposição ao câmbio”. No caso de companhias que importam ou exportam diretamente, essa “demanda é muito maior”, mas a proteção cambial também atende empresas impactadas indiretamente na cadeia de suprimentos.
As estratégias são montadas de forma consultiva, de acordo com o perfil de risco de cada companhia e com o tipo de exposição cambial envolvida. “Queremos que as empresas se preocupem com o que mais importa para elas, os seus negócios, não o dólar e sua variação”, diz Politi.
Parceiros com experiência no setor são essenciais para reforçar a segurança de soluções que ajudam a mitigar os riscos financeiros. No caso do Ouribank, a companhia conta com 46 anos de atuação no mercado de câmbio — com destaque para a oferta de soluções ágeis e personalizadas tanto para operações de câmbio tradicional quanto para hedge cambial.
“Sempre fomos muito fortes no trabalho com câmbio. Em 2016, por exemplo, na época da repatriação, que permitiu a repatriação de dinheiro mantido por brasileiros no exterior, o Ouribank foi responsável por 25% de todo o movimento do mercado”, lembra Politi.
A credibilidade continua levando o banco a alcançar números de destaque. Em 2024, o Ouribank viu um salto expressivo na contratação de hedge cambial, com um volume quatro vezes maior ante o ano anterior. “Quando falamos em derivativos, o nosso volume, nos primeiros três meses deste ano, já é 300% maior do que foi no ano ado nesse mesmo período”, finaliza.