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Ações que dobraram de valor em 2025 na B3: setor educacional e oportunidades fora do Ibovespa

Conheça as ações que mais valorizaram na B3 em 2025, com destaque para Small Caps e setores em alta

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 3 de junho de 2025 às 12h10.

Nos primeiros cinco meses de 2025, apenas dez ações negociadas na B3 conseguiram dobrar de valor. Um feito raro em um mercado tão volátil como o brasileiro este ano.

Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, a maioria dessas ações — oito em dez — está fora do Ibovespa, concentrando-se no índice Small Caps, que reúne empresas de menor valor de mercado e liquidez. Apenas duas das dez ações campeãs fazem parte do principal índice da bolsa.

Setor educacional lidera entre as ações que mais valorizam

O destaque é a Méliuz (CASH3), empresa de tecnologia especializada em programas de fidelização e cashback, que lidera com valorização de 197,09%. Em segundo lugar aparece a Cogna ON (COGN3), do setor de educação, com alta de 180,8%.

O setor educacional se destaca no ranking, com três representantes entre as dez ações que mais valorizaram: além da Cogna, Ânima (ANIM3) (+173,59%) e Ser Educacional (SEER3) (+118,99%). O bom desempenho desses papéis reforçam a recuperação do segmento em 2025.

Ações fora dos principais índices também se destacam

Duas ações que não integram nem o Ibovespa, nem o Small Caps — Paranapanema (PMAM3) (artefatos de cobre) e Dotz SA (DOTZ3) (programas de fidelidade) — também dobraram de valor no ano.

A liquidez não foi determinante para a valorização. Quatro ações — Paranapanema, Dotz, Ser Educacional e Moura Dubeux — negociam menos de R$ 10 milhões por dia em média.

Cogna e Assaí (ASAI3), que fazem parte do Ibovespa, apresentam liquidez robusta, com média diária acima de R$ 100 milhões, unindo valorização e facilidade de negociação. O Assaí, com alta de 105,62%, é o papel com maior peso entre as Small Caps, representando 4,51% do índice.

Diversidade setorial e cenário macroeconômico impulsionam valorização

Segundo Einar Riveiro, CEO da Elos Ayta Consultoria, as dez ações vêm de oito setores diferentes, indicando que o bom desempenho não está concentrado em um único segmento. Porém, o predomínio do setor educacional sugere uma reprecificação do mercado, impulsionada pela expectativa de recuperação econômica e melhora nas condições de crédito e consumo.

O cenário macroeconômico favorece esse movimento. A bolsa brasileira acumula alta de 9,4% no ano até maio, impulsionada pela percepção de que o Brasil sai fortalecido em meio às tensões comerciais globais e pela expectativa do fim do ciclo de alta da taxa Selic, atualmente em 14,75%.

A manutenção ou queda dos juros tende a beneficiar ações cíclicas, como as dos setores educacional, varejo e construção, que respondem diretamente ao ritmo da atividade econômica. Apesar das valorizações, analistas alertam para correções no curto prazo, reforçando a volatilidade do mercado e a necessidade de cautela.

Vale destacar que o levantamento da Elos Ayta e publicado pelo EXAME tem caráter quantitativo e não configura recomendação de compra ou venda. Em um cenário de incertezas, entender os movimentos e diversificar investimentos são estratégias fundamentais para investidores.

EmpresaSetorRetorno (%)Volume Médio Diário Anual (R$ Milhares)Participação no Índice Ibovespa (%)Participação no Índice Small Caps (%)
MéliuzProgramas e serviços197,0932.3680,15
Cogna ONServiços educacionais180,80136.3370,261,66
ÂnimaServiços educacionais173,5930.9430,33
ParanapanemaArtefatos de cobre152,101.541
Dotz SAProgramas de fidelização149,1581
Cea ModasTecidos, vestuário e calçados125,9446.0370,54
Ser EducacionalServiços educacionais118,996.9440,16
SerenaEnergia elétrica108,9165.6001,43
Moura DubeuxIncorporações106,869.7880,32
AssaíAlimentos105,62127.0880,694,51
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