Sam Altman, cofundador do World: “Queríamos garantir que os humanos continuassem especiais em um mundo dominado pela IA” (Kimberly White/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de maio de 2025 às 14h24.
Última atualização em 21 de maio de 2025 às 14h57.
A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, anunciou nesta quarta-feira, 21, a compra da io, startup de dispositivos com inteligência artificial criada por Jony Ive, ex-chefe de design da Apple. O valor da aquisição é de US$ 6,4 bilhões — o maior investimento feito pela OpenAI até agora.
Com o acordo, a OpenAI quer acelerar a criação de produtos físicos com IA embarcada, como robôs, óculos inteligentes ou outros dispositivos que tragam a tecnologia do software para o dia a dia das pessoas. Ive, responsável pelo design de produtos como o iPhone, iPod, MacBook Air e a sede da Apple, assume agora um papel criativo dentro da OpenAI e da io, que será incorporada à empresa. Sua consultoria independente, a LoveFrom, seguirá operando separadamente.
O movimento reforça a estratégia da OpenAI de expandir para o mundo físico, levando inteligência artificial para dispositivos que interagem diretamente com as pessoas. Segundo a empresa, Ive terá “responsabilidades criativas profundas” no desenvolvimento desses produtos.
A compra da io se soma a outros investimentos recentes da OpenAI, como a aquisição da Windsurf, ferramenta de programação com IA, por US$ 3 bilhões, e da Rockset, especializada em bancos de dados para análises em tempo real.
Nos bastidores, a OpenAI também já se move há algum tempo para construir sua divisão de hardware. No fim de 2023, a empresa contratou Caitlin Kalinowski, ex-líder do projeto de óculos de realidade aumentada da Meta, para comandar as iniciativas em robótica e dispositivos. Ela afirmou, na ocasião, que seu foco seria trazer a IA para o mundo físico, “liberando seus benefícios para a humanidade”.
Outro o nesse sentido foi o investimento na startup Physical Intelligence, de São Francisco, que recebeu US$ 400 milhões em uma rodada que avaliou a empresa em US$ 2,4 bilhões. O objetivo da startup é desenvolver robôs com IA de uso geral — o próximo o, segundo especialistas, para a interação homem-máquina.
Jony Ive é uma figura central na história do design moderno. Além dos aparelhos da Apple, ele também colaborou com empresas como Airbnb, Ferrari e Christie’s depois de deixar o gigante de tecnologia em 2019. Seu estúdio, a LoveFrom, já faturou até US$ 200 milhões por ano, segundo o New York Times.
Com sua chegada, a OpenAI sinaliza que quer ir além da tecnologia: a meta agora é criar produtos bonitos, intuitivos e com inteligência artificial integrada desde a primeira ideia.
O investimento, embora bilionário, também representa uma tentativa da OpenAI de se diferenciar de rivais como Google, Anthropic e xAI, que vêm lançando novos modelos e plataformas com frequência.
A nova fase da empresa mostra que, para se manter à frente, a IA precisa sair da tela e entrar na vida real — com design, propósito e utilidade.