Por que o 3G Capital está comprando a Skechers, terceira maior marca de tênis do mundo
Com transação de US$ 9,6 bi, trio brasileiro coloca o pé numa gigante que vem crescendo a dois dígitos ao apostar em ibilidade e conforto, no vácuo de concorrentes como Nike e Adidas

Publicado em 5 de maio de 2025 às 11:50.
Última atualização em 5 de maio de 2025 às 15:45.
O trio 3G também entrou na tendência dos tênis confortáveis, fazendo uma aposta de US$ 9,6 bilhões para fechar o capital da terceira maior produtora de calçados do mundo, atrás apenas de Nike e Adidas.
A 3G Capital, empresa de investimentos, de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, anunciou nesta manhã, 5, a compra da Skechers, marca de tênis de corrida e artigos esportivos – no que parece uma aposta no longo prazo em um momento em que as tarifas comerciais colocam o segmento sob os holofotes, com os países asiáticos, incluindo a China, sendo grandes produtores de artigos esportivos.
"A Skechers é uma marca icônica, criativa e inovadora, construída por fundadores, e iramos o que essa equipe construiu", segundo Alex Behring e Daniel Schwartz, co-gestores da 3G Capital.
A companhia, vem experimentando um crescimento vertiginoso na última década, com uma fórmula na contramão de concorrentes, apostando em ibilidade e conforto e num público muitas vezes negligenciado por seus concorrentes. Suas ações mais que dobraram de valor nos últimos cinco anos, na direção contrária de Nike e Adidas, que caíram mais de 30% no mesmo período.
A 3G Capital pagará US$ 63,00 por ação em dinheiro, representando um prêmio de 30% em relação à média ponderada de preços das ações nos últimos 15 dias.
No ano, as ações acumulam perda de pouco mais de 8%, mas o anúncio deu uma injeção de ânimo aos papéis, que sobem quase 25% nesta manhã, para US$ 61,71.
Conforto, sem firula
Desde sua fundação em 1992, a Skechers experimentou um crescimento notável, multiplicando suas vendas de aproximadamente US$ 100 milhões para a projeção de US$ 10 bilhões até 2026, impulsionada por uma presença global robusta, com cerca de 5.300 lojas próprias e franqueadas em todo o mundo.
A companhia é liderada por seu fundador, Robert Greenberg, hoje com 84 anos, há mais de três décadas. Assim como o trio 3G, ele é praticamente no profile – e provavelmente prefere gerir uma empresa fechada do que listada em bolsa.
Tanto o CEO quanto seu filho Michael Greenberg – presidente da companhia – não participam dos calls trimestrais. Em 1989, o empresário processou a American Airlines depois que a companhia publicou uma foto sua na revista de bordo, dizendo que ele tinha concordado em ser entrevistado, sob a condição de que houvesse fotografias.
"Dado sua história notável de facilitar o sucesso de algumas das mais icônicas marcas de consumo global, acreditamos que essa parceria vai dar e ao nosso time talentoso para atender as necessidades dos consumidores e permitindo o crescimento de longo prazo da companhia", afirmou Greenberg em comunicado. Ele e seu filho Michael seguirão à frente do negócio.
O fechamento da transação está previsto para o terceiro trimestre de 2025, sujeito à aprovação regulatória.
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Acompanhe:

Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, ando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. ou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.