Michael Lewis, autor dos livros “A grande aposta” e “Moneyball: O homem que mudou o jogo”, alerta sobre os riscos desse fenômeno. Segundo ele, as plataformas de apostas são desenhadas para atrair novatos e excluir aqueles que realmente sabem jogar. “Isso é um desastre prestes a acontecer”, disse o escritor ao Business Insider.
Nos Estados Unidos, um estudo da Associação Atlética Universitária Nacional (NCAA, na sigla em inglês) revelou que 60% dos estudantes universitários do sexo masculino já apostam em esportes. Para Lewis, a tendência pode trazer consequências graves, pois lugares onde as apostas esportivas se popularizam tendem a registrar aumento no número de falências.
No Brasil, os impactos financeiros também são preocupantes. De acordo com o Instituto Locomotiva, 86% dos apostadores estão endividados e 64% já constam como inadimplentes na Serasa. Além disso, 31% das pessoas endividadas no país jogam em sites de apostas.
Apesar das críticas, Lewis não é contra as apostas esportivas, mas defende uma regulamentação mais rígida. Para ele, a solução pode estar na tributação pesada, como ocorreu com os cigarros. “O que você quer é adicionar um pouco de fricção ao processo, tornando-o um pouco mais difícil de fazer”, afirmou.
Desde 1º de janeiro de 2024, uma nova legislação brasileira entrou em vigor, permitindo apenas a operação de empresas de apostas esportivas autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas. Mesmo assim, a preocupação com os impactos sociais e financeiros do setor segue em debate.