Futebol brasileiro cresce com SAFs enquanto Argentina enfrenta resistência à transformação do modelo de gestão BELEM, BRAZIL - SEPTEMBER 08: Neymar Jr. of Brazil celebrates with teammates after scoring the fifth goal of his team during a FIFA World Cup 2026 Qualifier match between Brazil and Bolivia at Mangueirao on September 08, 2023 in Belem, Brazil. (Photo by Pedro Vilela/Getty Images) (Pedro Vilela/Getty Images)Da RedaçãoRedação ExamePublicado em 27 de março de 2025 às 13h52. 1s2x4o
Apesar de a Argentina ter conquistado a última Copa do Mundo, em 2022, com Lionel Mess i como protagonista, nos últimos anos, o distanciamento entre clubes brasileiros e argentinos tem provocado um desequilíbrio técnico e econômico, sendo refletido diretamente nos desempenhos e conquistas nas principais competições do continente.
Isso se acentuou, principalmente, com o crescimento em gestão de times como Palmeiras e Flamengo, que ganharam alternadamente a Copa Libertadores, entre 2019 e 2022, e ao surgimento de agremiações que se tornaram SAF no país, casos de Atlético-MG e Botafogo, que coincidentemente fizeram a final da competição em 2024.
Nos últimos seis anos, desde que a Copa Libertadores ou a ter final única, em 2019, somente dois clubes chegaram às finais, casos de River Plate, em 2019, e Boca Juniors, em 2023, mas ambos saíram derrotados. Neste período, aliás, domínio vem sendo inteiramente brasileiro, com seis taças consecutivas, o que vem trazendo preocupação não somente aos gestores argentinos, mas também às autoridades.
A disparidade entre brasileiros e argentinos, de acordo com especialistas, tem a ver, claro, com gestão, mas também com política. Desde que se tornou candidato à presidência da Argentina, em dezembro de 2023, que Javier Milei vem deixando claro seu desejo de constituir a entrada das SADs (Sociedade Anônima Desportiva) no país, equivalente às SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) no Brasil.
No final do último ano, Milei revogou um decreto que promovia benefícios fiscais para os clubes de futebol do país, numa demonstração que vai de encontro ao desejo de ver os clubes se tornarem empresas. Um pouco antes, em março, tão logo assumiu a cadeira, o mandatário discursou na feira agroindustrial Expoagro, num dos principais eventos da época em Buenos Aires, e revelou que o Grupo City tinha interesse em comprar grandes clubes da Argentina, e emendou: "É um investimento monumental. Ou preferem continuar nessa miséria, onde cada vez mais temos um futebol de pior qualidade">política de privacidade