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Enchentes na Nigéria: chuvas torrenciais causam aos menos 115 mortes e destruição

Mais de 3.000 casas foram submersas e equipes de resgate seguem trabalhando após as enchentes em Mokwa

Desastre climático integra um quadro mais amplo de vulnerabilidades climáticas que afetam o continente africano (Photo by Sodiq Adelakun/Anadolu Agency/Getty Images)

Desastre climático integra um quadro mais amplo de vulnerabilidades climáticas que afetam o continente africano (Photo by Sodiq Adelakun/Anadolu Agency/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 30 de maio de 2025 às 17h22.

Mais de 100 pessoas morreram e dezenas continuam desaparecidas após fortes chuvas que causaram enchentes na cidade de Mokwa, centro da Nigéria, informaram autoridades locais nesta sexta-feira. As águas torrenciais, que começaram na noite de quarta-feira e seguiram até a manhã de quinta-feira, submergiram mais de 3.000 residências e impactaram o comércio local, especialmente o transporte de mercadorias.

Mokwa é um importante polo comercial com intensa movimentação de traders e veículos pesados que conectam diferentes regiões do país.

Ibrahim Audu Hussein, porta-voz da agência estadual de gestão de emergências, afirmou à AFP que as operações de resgate continuam. "Até o momento, recuperamos 115 corpos e esperamos encontrar mais, pois a enchente arrastou pessoas para o Rio Níger, e corpos continuam sendo encontrados rio abaixo", afirma.

A temporada de chuvas na Nigéria costuma ir de abril a outubro. Na quarta-feira, a agência meteorológica do país indicou que fortes chuvas cairiam em 14 dos 35 estados nigerianos.

O estado de Níger, o maior da Nigéria em extensão territorial, onde está localizado Mokwa, possui três grandes barragens — Kainji, Jebba e Shiroro — que são essenciais para a matriz energética nacional. Em 2025, a região já enfrentou seis episódios de enchentes, incluindo a liberação de água de uma das barragens que, em abril, destruiu mais de 5.000 fazendas em 30 comunidades.

Enchentes na Nigéria: entenda o impacto

O desastre na Nigéria integra um quadro mais amplo de vulnerabilidades climáticas que afetam o continente africano. O Observatório Global de Secas Copernicus, gerido pelo Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia, aponta perdas agrícolas de até 25% no Norte da África, especialmente em Marrocos e oeste da Argélia.

O Leste Africano também sofre com expectativas de chuvas abaixo da média, ameaçando a segurança alimentar e os recursos hídricos que sustentam milhões.

Além disso, mudanças no financiamento climático internacional — especialmente a suspensão de cerca de 80% dos projetos da Usaid durante o governo Trump — dificultam a assistência ao continente.

Em 2022, as enchentes na Nigéria causaram mais de 600 mortes e deslocaram cerca de 1,4 milhão de pessoas, com prejuízos significativos para a agricultura e a economia local. Especialistas alertam para a intensificação desses eventos extremos devido ao aquecimento global.

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