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Dia da Mata Atlântica: 118 mil hectares são recuperados no bioma mais degradado do Brasil

Dados da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reforçam que a restauração florestal é crucial e um dos maiores exemplos é do Instituto Terra, legado do fotógrafo Sebastião Salgado

A Mata Atlântica é essencial para a regulação do clima e abastecimento de água na região e arredores (ValterCunha/Getty Images)

A Mata Atlântica é essencial para a regulação do clima e abastecimento de água na região e arredores (ValterCunha/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 27 de maio de 2025 às 07h00.

Última atualização em 29 de maio de 2025 às 10h53.

A Mata Atlântica é essencial para a regulação do clima e abastecimento de água na região e arredores, além de ser lar de aproximadamente 70% da população brasileira e responder por 80% do PIB nacional. Mas um dos biomas mais biodiversos do mundo está ameaçado e pede socorro.

Neste Dia da Mata Atlântica, celebrado anualmente em 27 de maio, não há muito a se comemorar: 24% da cobertura vegetal original deste ecossistema já foi degradada, o equivalente a 3,7 milhões de hectares perdidos entre 1985 e 2023, segundo o levantamento mais recente do MapBiomas. 

Especialistas destacam que o desmatamento está relacionado principalmente à agricultura e conversão do solo para atividades de especulação imobiliária -- especialmente em localidades próximas a centros urbanos. 

Por outro lado, há luz no fim do túnel: diversas iniciativas de restauração já estão em curso, só precisam ganhar escala. Dados da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura divulgados pelo Observatório da Restauração e Reflorestamento, apontam para uma área de 118 mil hectares em processo de recuperação florestal.

Um dos maiores exemplos é do Instituto Terra, fundado pelo fotógrafo Sebastião Salgado falecido na semana ada e um guardião da preservação ambiental que deixa um legado inspirador na sustentabilidade.

Sua cidade natal de Aimorés (MG) lidera o ranking nacional na restauração florestal, com 4,8 mil hectares.

Rubens Benini, co-líder da Força-Tarefa Restauração da Coalizão Brasil, disse ser bastante grave termos perdido tanta floresta madura e que se encontrava em estágio avançado de regeneração. “Para aumentar a conservação, é preciso restaurar as áreas degradadas, que representam 2 milhões de hectares em áreas de APP (Área de Preservação Permanente) e Reserva Legal", destacou. 

Com a COP30 à vista, um relatório recente lançado pela Coalizão propõe ações para zerar o desmatamento no Brasil.

Com a maior parte das emissões de gases estufa atreladas às mudanças no uso da terra do setor agropecuário, conter a devastação de florestas é peça-chave no combate à crise climática.

Neste sentido, a organização multissetorial defende o fortalecimento da restauração de paisagens e como medida essencial. O documento ressalta que as parcerias público-privadas funcionariam como “uma barreira ao avanço do desmatamento e viabilização econômica para manutenção da floresta em pé.”

Segundo a secretária-executiva do Observatório da Restauração e Reflorestamento, Tainah Godoy, os esforços mais antigos de restauração da vegetação nativa no Brasil estão na Mata Atlântica.

Para a executiva, é preciso avançar e gerar mais conhecimento, através do investimento em centros de pesquisa e estudos sobre as espécies nativas. 

 “O bioma conta também com o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, o mais antigo coletivo dedicado a essa atividade no país, que reúne organizações multissetoriais, lidera iniciativas no território e estabelece diálogos com os governos", lembrou. 

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