ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Com prazo apertado, apenas dez países entregam metas para redução de emissões até 2035

Prazo termina nesta segunda-feira, 10; para especialistas, formulação de compromissos está atrasada por mudanças de lideranças internas e difíceis negociações ministeriais

A liderança brasileira no tema pode se tornar um fator estratégico para acelerar investimentos em energias renováveis e tecnologia limpa (Freepik)

A liderança brasileira no tema pode se tornar um fator estratégico para acelerar investimentos em energias renováveis e tecnologia limpa (Freepik)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 10 de fevereiro de 2025 às 14h29.

Tudo sobreCOP30
Saiba mais

Nesta segunda, 10, acaba o prazo para que os países apresentem suas metas atualizadas para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Até o momento, apenas dez países apresentaram seus novos planos climáticos nacionais até 2035.

Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Suíça, Nova Zelândia, Emirados Árabes Unidos, Andorra, Equador, Uruguai e Santa Lúcia são os únicos que, até agora, cumpriram a exigência. No entanto, esses compromissos representam menos de 20% das emissões globais e ainda geram dúvidas sobre a capacidade do mundo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C.

Em 2020, apenas 48 países enviaram seus planos dentro da data estipulada, e a maioria só regularizou a situação antes da COP26, realizada no fim de 2021. O desafio, segundo analistas, está na complexidade da formulação desses compromissos, que exigem negociações interministeriais, participação do setor privado e coordenação entre diferentes níveis de governo.

As mudanças de governo internas, em um mundo cada vez mais polarizado, também acarretam dificuldades para o desenvolvimento de planos concretos e duradouros. Em 2024, mais de 60 países terão mudanças de liderança, o que pode atrasar decisões sobre metas ambientais, muitas vezes vistas como questões de longo prazo e que envolvem investimentos bilionários.

Entre os países que já submeteram seus planos, o Reino Unido se destaca com uma meta ambiciosa de redução de 81% das emissões até 2035. Em contrapartida, Nova Zelândia e Canadá foram criticados por apresentarem metas pouco expressivas. O governo neozelandês aumentou sua redução de emissões em apenas 4 pontos percentuais.

Jeff Bezos tem plano milionário para o aquecimento global — e começa pelos gases de vacas

O papel do Brasil e da COP30

O Brasil, que sediará a COP30 em 2025, tem buscado protagonismo na agenda climática e considera as NDCs uma prioridade para a cúpula de Belém. Durante o G20, realizado no ano ado no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incentivou os países a anteciparem suas metas de neutralidade de carbono para 2040 ou 2045, em vez de 2050.

A liderança brasileira no tema pode se tornar um fator estratégico para acelerar investimentos em energias renováveis e tecnologia limpa. A pressão sobre os países para apresentarem suas novas metas climáticas deve crescer nos próximos meses, especialmente entre as economias desenvolvidas.

Para Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e defensora da ação climática, a UE e o Reino Unido precisam liderar pelo exemplo e acelerar investimentos em tecnologias verdes. "O mercado de tecnologias energéticas limpas deve triplicar e superar US$ 2 trilhões nos próximos dez anos. Participar dessa corrida significa garantir competitividade global e empregos", destacou.

Acompanhe tudo sobre:COP30Mudanças climáticasMetasCarbonoEfeito estufaMeio ambiente

Mais de ESG

Brasil pode desperdiçar até US$ 35 bi com nova exploração de petróleo e 85% pode não gerar lucro

Dentro do parque da cidade: o que descobri visitando o futuro palco da COP30, em Belém

Gestores de fundos investem duas vezes mais em combustíveis fósseis do que em energia limpa

ONU vive um dos momentos mais difíceis em décadas, alerta coordenadora no Brasil