Pimenta: “Parte do impulso na demanda global por minerais críticos pode ser creditado ao aumento na produção de baterias de carros elétricos” (Divulgação/Esfera Brasil)
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Publicado em 8 de junho de 2025 às 16h26.
Última atualização em 8 de junho de 2025 às 16h29.
Não é de hoje que a indústria da mineração tem direcionado sua atenção aos chamados minerais críticos, e, na avaliação do CEO da Vale, Gustavo Pimenta, a tendência é que esse movimento se intensifique nos próximos anos, com a expansão tecnológica nas áreas de inteligência artificial e descarbonização.
A constatação do executivo foi feita durante realizado no 4º Fórum Esfera, que aconteceu neste fim de semana em Guarujá (SP).
O grande impulso na demanda global por minerais críticos pode ser creditado, em parte, ao aumento na produção de baterias de carros elétricos. Dado esse cenário, potências como Estados Unidos e China têm se movimentado para garantir a oferta de matéria-prima e alcançar um lugar de privilégio no mercado global pelos próximos anos.
“A gente tem a visão de que, no médio e longo prazo, minerais críticos vão ter uma liderança para o mundo assim como o petróleo teve nos últimos 100 anos. A gente já vinha acompanhando isso, para ser um ofertante dentro dessa indústria”, apontou Pimenta, em que também contou com a participação do presidente da Shell, Cristiano Pinto da Costa.
A projeção é que a demanda global por minerais críticos aumente exponencialmente nos próximos cinco anos, dada a necessidade produtiva de indústrias de diferentes setores, como a automotiva. Nessa definição estão incluídos lítio, cobalto, níquel e terras raras, fundamentais para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas, painéis solares e semicondutores.
Em relação a outro ponto importante do setor de energia, Cristiano Pinto vê a instabilidade no cenário político internacional como um dos fatores que influenciam a variação recente no preço do petróleo. Ainda assim, ele projeta que a demanda por combustíveis fósseis seguirá alta até, pelo menos, 2050.
“O setor de óleo e gás tem uma conexão direta com a política internacional. A gente tem visto uma volatilidade fora da média. O barril do petróleo estava em 80 dólares em março e hoje está na casa dos 65 dólares. Dada a guerra tarifária, há uma dúvida em relação à demanda. Há uma dúvda em relação ao peso da guerra tarifária, com relação ao fluxo de comércio no mundo.”
Em dois dias de debates, os painéis abordaram política econômica, transição energética e a relação entre os poderes. Todos os debates tiveram transmissão ao vivo, e podem ser revistos no canal da Esfera Brasil no YouTube.