Puxadas por artigos do agronegócios e mineração, exportações ao Canadá cresceram 40% entre janeiro e abril (Claudio Neves/Divulgação)
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Publicado em 22 de maio de 2025 às 18h53.
Última atualização em 22 de maio de 2025 às 19h03.
Impulsionado pelo bom desempenho de itens do agronegócio e minérios, o primeiro quadrimestre deste ano foi marcado por um saldo positivo de US$ 1,6 bilhão na balança comercial brasileira com o Canadá, número 93% maior do que o registrado no mesmo período de 2024.
“O resultado reforça o interesse do mercado canadense por produtos brasileiros e mostra a consolidação de uma parceria comercial estratégica. Estamos vendo um aumento não apenas em volume, mas também na diversificação da exportação”, afirma Hilton Nascimento, diretor-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), instituição que apoia a internacionalização de pequenas e médias empresas.
Ainda que a corrente comercial seja menor em comparação com países como China e Estados Unidos, os negócios entre Brasil e Canadá transacionaram US$ 3,1 bilhões entre janeiro e abril, período em que também foi registrada alta histórica de exportações brasileiras, que alcançaram o volume de US$ 2,3 bilhões, ou seja, 40% mais do que o registrado no mesmo período de 2024.
Os números foram apresentados durante evento promovido em São Paulo, que contou com a presença dos embaixadores Carlos França e Emmanuel Kamarianakis, além de empresários dos setores de tecnologia e do agronegócios, e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Export Development Canada (EDC), agência canadense de crédito à exportação.
Como trunfo para aprofundar as relações entre Brasil e Canadá, iniciadas ainda no século 19, quando houve uma viagem do então imperador brasileiro dom Pedro II à cidade de Toronto, ambos os países guardam grande similaridade na economia, em termos de porte e especificamente na organização da matriz elétrica. Atualmente, os canadenses são importantes parceiros no fornecimento de insumos para a indústria química e farmacêutica, além de fertilizantes para o agro brasileiro e materiais para o setor de óleo e gás.
Segundo Nascimento, a CCBC – fundada há 73 anos e mantida pelo setor privado – possui aproximadamente 140 associados atualmente, dos quais 85% são dos setores de serviços, alimentos e bebidas, educação, saúde, financeiro, jurídico, contábil, comércio exterior, mineração, entre outros. A ideia é apoiar a internacionalização dessas iniciativas, e a expansão de novos negócios, em parceria, até o continente africano, por exemplo.
“Os canadenses têm a tecnologia, o software, o hardware, mas quem sabe fazer muito bem a implementação são os brasileiros”, ilustrou. “As empresas não têm, nos dois países, que buscar outro país. No caso do Canadá, era mais fácil atravessar a fronteira. Aqui no Brasil, nosso grande parceiro comercial sempre foi a Argentina”, citou, sobre o trabalho de aproximação empresarial realizado pela Câmara.