Ilan Goldfajn diz que seca também preocupa o banco, que destinará R$ 10 bi para áreas atingidas pela estiagem e os incêndios, em projetos de gestão hídrica, conscientização e formação de brigadistas
Agência de notícias Publicado em 22 de setembro de 2024 às 15h37.
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID ), Ilan Goldfajn, revelou neste sábado as iniciativas do banco diante dos efeitos das mudanças climáticas no Brasil, como as enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo estudo divulgado ontem, a tragédia no sul provocou perdas de R$ 87 bilhões. As secas e queimadas também são motivo de preocupação, e o banco já soma R$ 10,5 bilhões em ações para redução de danos no Brasil.
O BID realizou um estudo em parceria com o Banco Mundial (Bibrd), Cepal, governo brasileiro e o governo do Rio Grande do Sul para avaliar os danos das enchentes de abril. Além do levantamento, que contou com mais de 40 especialistas, o banco também afirmou que deu apoio de R$ 5,5 bilhões e doações ao estado.
“Há alguns meses, eu estava no Brasil ajudando e oferecendo assistência com as enchentes no Rio Grande do Sul. Foi a pior enchente já registrada, deixando 182 mortos e muitas pessoas sem casas. Acabamos de concluir uma missão para avaliar os danos: R$ 87 bilhões. Se você quiser avaliar o impacto de um ano, isso representa 1,8% do PIB só em 2024”, disse Goldfajn, em Washington.
Além de doações em ajuda humanitária e assistência técnica, o banco se comprometeu com ações que visam apoiar a reconstrução do estado.
“Nós falamos que é preciso ter ajuda emergencial e de reconstrução. Na ajuda emergencial, a gente falou até R$ 1,5 bilhão. Isso já foi 70% desembolsado. Além disso, teve ajuda humanitária que veio de várias fontes. E teve assistência técnica. Mas a reconstrução vai ser muito importante e isso significa outros recursos: R$ 4 bilhões (disponibilizados pelo BID para eventuais projetos)”, explicou Goldfajn.
De acordo com ele, 80% desses R$ 4 bilhões já teriam o seu destino. Uma parte seria voltada para pequenas e médias empresas, outra parte para infraestrutura, além de porções destinadas a capacitação e ajuda aos governos.
“Acho que o Rio Grande do Sul nos mostrou que é sério, não é só a Amazônia ou a seca que a gente está vendo agora. E de fato a gente tem acompanhado e tem que acompanhar”, afirmou.
Para a redução dos danos causados pelas secas, o BID anunciou que irá destinar mais de R$ 10 bilhões em investimentos públicos e privados, além de doações para projetos de gestão hídrica, conscientização e formação de brigadistas.
2 /17Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 14 de maio de 2024. Crédito: Anselmo Cunha / AFP)(Homens movem pacotes em um barco através de uma rua inundada no centro histórico de Porto Alegre)
3 /17Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. A água e a lama tornaram os estádios e sedes do Grêmio e Internacional inoperáveis. Sem locais para treinar ou jogar futebol, os clubes brasileiros tornaram-se equipes itinerantes para evitar as enchentes que devastaram o sul do Brasil. (Foto de SILVIO AVILA / AFP)(Vista das áreas inundadas ao redor do estádio Arena do Grêmio em Porto Alegre)
4 /17Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 29 de maio de 2024. Foto de SILVIO AVILA / AFP(Vista aérea do centro de treinamento do Internacional ao lado do estádio Beira Rio em Porto Alegre)
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