Redator na Exame
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 09h58.
A China, já consolidada como uma força espacial emergente, deu mais um o audacioso ao anunciar um plano de 25 anos para se tornar uma potência mundial em ciência espacial. Entre as metas reveladas está a coleta de amostras da atmosfera de Vênus e a construção de uma estação de pesquisa na Lua até 2035. O anúncio foi feito no último dia 15 de outubro, em Pequim, e demonstra as ambições do país de se destacar em missões científicas de grande escala.
Até agora, de acordo com a Science.org, a China já alcançou conquistas históricas, como o pouso em Marte e o retorno de amostras da Lua. No entanto, autoridades do país enfatizam que ainda há muito a ser feito para alcançar os níveis de desenvolvimento das nações líderes em ciência espacial. O vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências (CAS), Ding Chibiao, destacou que, apesar dos avanços, a China busca aumentar suas realizações e expandir sua presença no espaço.
No curto prazo, o plano espacial chinês foca na operação contínua da estação espacial Tiangong, no envio de sondas adicionais a Marte e no lançamento do telescópio óptico Xuntian, previsto para 2026. O telescópio será uma peça-chave para o estudo de exoplanetas, estrelas e a evolução galáctica.
Entre 2030 e 2035, o plano se intensifica com a meta de enviar astronautas à Lua e construir uma base de pesquisa lunar. Além disso, uma missão inovadora será enviada a Vênus, com o objetivo de capturar uma amostra de sua atmosfera e trazê-la de volta à Terra para estudo. Esse seria um marco científico inédito.
A fase final, de 2036 a 2050, será dedicada a pesquisas sobre a origem e a evolução do universo, ondas gravitacionais, radiação cósmica de alta energia e a busca por vida extraterrestre. O plano de longo prazo é uma resposta às crescentes expectativas globais sobre o papel da China no espaço e reflete o desejo do país de avançar suas capacidades científicas e tecnológicas.
As autoridades chinesas também destacaram o papel da colaboração internacional em suas missões. Um exemplo de cooperação é a missão SMILE, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA), que será lançada em 2025. Wang Chi, diretor do Centro Nacional de Ciência Espacial da CAS, enfatizou que a China pretende continuar cooperando com outros países em diversas áreas científicas.
Cientistas chineses, como Xiao Long, da Universidade de Geociências, veem o plano com entusiasmo. Para eles, a visão de longo prazo permitirá um desenvolvimento mais sólido das missões, além de proporcionar novas oportunidades para jovens pesquisadores. Embora o plano não mencione detalhes sobre financiamento, Xiao acredita que os investimentos em ciência espacial serão ampliados nos próximos anos.