Álvaro Damião (União Brasil) não será mais responsável pela articulação política da prefeitura após insistir em lançar candidatura própria na eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal
Álvaro Damião: saída da secretaria ocorre após atrito político em BH (Divulgação/ Álvaro Damião)

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Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 16h31.

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Prefeito interino de Belo Horizonte desde o último sábado, Álvaro Damião (União Brasil) enfrentou uma semana marcada por turbulências políticas. Antes de ser internado na sexta-feira ada, o prefeito Fuad Noman (PSD) já havia decidido remover Damião do cargo de secretário de Governo, função estratégica para a articulação política da prefeitura.

A decisão foi motivada por atritos gerados após Damião insistir na candidatura própria do governo à presidência da Câmara Municipal, desobedecendo orientações diretas do prefeito.

Em 1º de janeiro, durante a eleição da mesa diretora da Câmara, Damião defendeu a candidatura do líder do governo, Bruno Miranda (PDT), contrariando o posicionamento de Fuad Noman. O prefeito já havia decidido não interferir na disputa, uma vez que o presidente eleito, Juliano Lopes (Podemos), é aliado de Marcelo Aro (PP), secretário estadual da Casa Civil e uma figura central na política mineira.

Essa decisão gerou desconforto com a bancada de oito vereadores ligada a Aro, enfraquecendo a relação da prefeitura com o Legislativo. Em resposta, Fuad decidiu reinstalar Anselmo Domingos como secretário de Governo.

Conselho político e o futuro da gestão

Além da saída de Álvaro Damião, Fuad Noman determinou a criação de um conselho político para ampliar a articulação da prefeitura. O órgão incluirá lideranças do PSD e PT, como o deputado estadual Cássio Soares e o deputado federal Reginaldo Lopes.

Damião, que foi vereador entre 2017 e 2024, havia assumido a secretaria em um acordo político entre seu partido, União Brasil, e o PSD de Fuad. Sua saída reflete o impacto das decisões tomadas na semana de transição.

Saúde de Fuad Noman

Fuad Noman está internado no hospital Mater Dei desde o último sábado. De acordo com o boletim médico mais recente, o prefeito apresentou melhora clínica, com "normalização dos parâmetros hemodinâmicos e respiratórios" e segue em avaliação para retirada da ventilação mecânica.

Fuad, que anunciou a remissão de um linfoma abdominal em julho, enfrenta dores nas pernas como efeito colateral do tratamento bem-sucedido contra o câncer.

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