PF identificou rede de lavagem de dinheiro para dissimular origem ilícita de supostas propinas usadas para compra de decisões judiciais
PF: objetivo da operação é obter mais informações sobre os crimes de lavagem de dinheiro (Reprodução/PF)

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Agência o Globo
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Publicado em 13 de maio de 2025 às 08h39.

A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira, 13, uma operação para apurar mais informações sobre um esquema de lavagem de dinheiro criado para dissimular a origem ilícita de supostas propinas usadas para compra de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esta é a quinta fase da operação Sisamnes que investiga venda de sentenças na Corte.

O objetivo da operação é obter mais informações sobre os crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e iva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa. A polícia diz ter identificado uma "rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro" criada para evitar uma vinculação entre o agente corruptor e o servidor público corrompido.

Estão sendo cumpridos 11 mandados busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 20 milhões. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), os investigados estão proibidos de deixar o país.

Na última segunda-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter preso o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, pivô do escândalo de venda de sentenças judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), como mostrou a coluna de Malu Gaspar.

“Há nos autos consideráveis elementos apontando no sentido de que Andreson de Oliveira Gonçalves tinha função decisiva de comando e ingerência no contexto de suposto esquema de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas, que envolveria, em tese, intermediadores, advogados e servidores públicos”, pontuou o relator, Cristiano Zanin.

Em março, a PF realizou uma outra fase da operação Sisamnes com o objetivo de investigar obstrução de Justiça, corrupção e violação do sigilo profissional relacionada ao vazamento de informações sigilosas do STJ. A apuração identificou uma rede clandestina que monitorava e negociava o o privilegiado a essa informações consideradas sensíveis. Segundo a PF, a atuação do grupo envolvia atrapalhar operações policiais deflagradas após decisões do STJ.

Atuação de assessores

Mensagens apreendidas pela Polícia Federal na investigação mostram como teriam atuado assessores ligados a gabinetes de três ministros do STJ. Os ministros do STJ não são investigados. Um dos diálogos envolve uma citação a um servidor que exerceu cargo em comissão de chefe de gabinete da ministra do STJ Isabel Galotti.

O nome foi citado em conversas de janeiro de 2020 entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri, morto em dezembro do ano ado, tratando de cobranças que estariam sendo feitas por uma suposta venda de sentença.

Andreson chegou a enviar a Zampieri uma petição que, segundo as investigações, correspondeu precisamente a uma decisão efetivada pela ministra Isabel Gallotti nos autos. A dupla comemorou. Zampieri foi morto a tiros em dezembro do ano ado no Mato Grosso. A partir da análise do celular dele, foi instaurada uma investigação Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na Polícia Federal — que revelou indícios de um esquema de venda de sentenças no STJ.

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